sábado, 24 de dezembro de 2011

Boas Festas

Um ano novo é como uma página em branco,
como um velo pronto a ser fiado,
como uma meada pronta a ser dobada,
um projecto novinho para iniciar...


Espero que este Novo Ano seja cheio de Saúde, Amor, Esperança, Alegria, Trabalho, Realização 
e todos os outros bons sentimentos de que precisamos nos nossos dias.
Bom Ano para todos nós.


segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A hibernar?

Este post demorou muito para sair.


Não queria um post piegas… temos tantas coisas boas na vida que apreciamos tanto.

Muitos dias temos um pôr-do-sol que nos dá alma nova. Assim, se por um lado é um sacrifício sair ao fim da tarde para continuar o trabalho noutro local, também temos o benefício de apanhar dias espectaculares em que o pôr-do-sol merecia ser captado por alguém com as mão livres e com capacidade para o fazer com toda a arte.

Temos outras coisas boas: juntarmo-nos com uma família amiga e ir à azeitona. É claro que não esperámos pelos frios de Dezembro, foi logo em Novembro, quando a dureza da tarefa é quase nula. Mesmo assim, ainda andámos uns dias a queixarmo-nos e dores nas costas, dores nas pernas, doía tudo… Apanhámos azeitona suficiente para o azeite do ano. Nada mau!

E ver os nossos borreguinhos a nascer? É uma visão revitalizadora! Por muitas vezes que se repita, o milagre da vida surpreende sempre.

Hoje num blog de uma menina que acompanho e vez em quando encontrei uma frase de Fernando Pessoa, que tenho usado nos últimos tempos:

“Às vezes oiço o vento passar; e só de ouvir o vento passar vale a pena ter nascido!”

Por isso não queria um post piegas. Tenho tanta coisa boa à minha volta e dou-lhe valor! Mas a falta de tempo é que me troca as voltas. Agora, temos que agradecer todo o trabalho que temos, mesmo quando é avassalador. “Ainda bem” dizemos e agradecemos por ter trabalho, mesmo quando gostaríamos que fosse diferente. “É trabalho, ainda bem que o tenho”.

Mas o que se deixa para trás é tanto e às vezes tão pesado… principalmente no que toca ao acompanhamento dos filhos.

Talvez o ano novo traga mais calma, melhores perspectivas, pelo menos só um pouquinho mais de tempo livre… Como dizia a minha Avó “Não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe”

Entretanto o natal cá em casa chegou mais cedo. Tinha muita vontade de ter uma roda. E ela cá chegou… é bonita, diferente, muito simples. É pena é ainda não ter tido tempo para tomar mais conhecimento com ela.




Também houve outros trabalhos em mãos.

Às cunhadas tenho feito as prendas de anos em tricot. Não sabia bem se gostavam, não se manifestavam muito. Mas este ano pareceu-me que sim. O facto de utilizarem as pequenas peças que lhes vou oferecendo, serviu de incentivo para continuar.


Este ano as prendas foram estes cachecóis para usar com camisolas de gola alta. Achei-os bem bonitos. A lã utilizada é linda e macia, é alpaca, da DROPS, comprada na Bola de Tons. O serviço esta loja foi espectacular, de uma delicadeza e simpatia “fora de série”(como dizia a minha Tia Maria Augusta).

A propósito de lãs, queria partilhar convosco uma notícia que encontrei numa revista inglesa que compro com alguma frequência, “The Knitter”. É bom saber que os fios de origem portuguesa da Rosários 4 são apreciados e vendidos no Reino Unido. É caso para dizer “o que é nacional é bom”.



segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Contagem decrescente

Faltam exactamente 30 dias para o Natal. Parece imenso tempo de espera até à consoada com a família,  e da manhã de Natal cheia de presentes. Mas....das festas as vésperas. 
Até ao Natal ainda vou reencontrar gente que só vejo uma vez por ano, os almoços e jantares com os amigos que há muito não vemos, os telefomas, o horário muito preenchido por festas. Às vezes é cansativo mas sempre muito agradável ver tanta gente cheia de boa disposição e esperança. 

Prometi a mim mesma que este ano ia começar a trabalhar nas prendas a tempo e horas para evitar stress de última hora. Mais uma vez estou a adiar, por diversas razões ainda não comecei...e agora é o costume, carregar no acelerador. Não posso falar muito sobre os meus planos porque alguns dos destinatários lêem o blog e não quero estragar a surpresa.


Entretanto fica aqui o meu ultimo trabalho antes de começar o Natal.
Vi esta lã na prateleira e apaixonei-me.  Muito fofa e colorida, trabalha -se bem e dá um resultado muito engrançado.
A lã é portuguesa da Brancal, o modelo da Drops, tamanho de 12/18 meses e os botões fui eu que fiz!


Boas Festas!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Finalmente acabadas!

Ando desde o verão com um projecto enfiado nas agulhas.

Levei para férias umas meaditas fiadas por mim, na esperança de as transformar em meias para o inverno.
Comecei bem, escolhi dois modelos simples este e este,  e atirei-me ao trabalho.
O primeiro par foi rápido. Apesar de não ter muito jeito com as agulhas, consegui fazer um pequeno rio ao longo da meia.
Já o segundo par ficou pendurado nas agulhas por muitas semanas ( 3 meses!). A semana passada peguei nelas e terminei-as, a pensar que já começam a ser de utilidade. Gostei muito deste modelo, que só percebe que é uma meia quando se chega à perna. Antes disso é muito difícil ver onde está o calcanhar.


Aproveitei ainda para fazer experiências de tinturaria. Tingi um par com couve roxa. Não se consegue perceber muito bem, mas fiquei com um par de meias azul-arroxeado-acinzentado......já viram de que cor fica o caldo da salada de couve roxa no fim da refeição? é essa cor mesmo, azul oxidado.

Foi uma supresa para mim, pois já tinha feito esta experiência sem usar alumen e obtive um rosa pálido. Não sei se foi do alumen ou de ter o caldo feito à alguns dias, mas desta vez ficou azul!

E falando do alumen não posso deixar de partilhar uma pequena cena em que participei quando fui à drogaria comprá-lo. Quando entrei estava uma senhora a olhar para as prateleiras com um ar fascinado. Fiz o meu pedido à droguista, e enquanto pesava, a senhora perguntou-me em inglês "What do you use alumen de potássio for?", lá lhe respondi da melhor forma possível enquanto via a cara de encantada dela. "We don't have anything like this in Spain.". Pois eu não acredito que não haja, acredito mais que já são assuntos muito esquecidos e muita gente já nem sabe o que é uma drogaria,  mas pelo ar de encantamento de certeza que tinha vontade de saber mais.   

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Aprender renda de gancho


Aprender é bom… é uma oportunidade de crescer, em todos os aspectos.

Desta vez a aprendizagem foi proporcionada por uma senhora que tem as rendas como passatempo já há muitos, muitos anos.

Esta arte estava guardada há vários anos, embora não esteja esquecida. É como andar de bicicleta. As mãos depressa encontraram o caminho para poderem ensinar. E esta arte é a renda de gancho. Já vi também com o nome de ganchada.



Este gancho é grande. Faz um trabalho rápido e bonito. Deve servir também para outros materiais como a lã por exemplo, para fazer um xailinho? ;)

Antigamente as meninas usavam um gancho de cabelo e linhas de coser. Os trabalhos ficavam com outro pormenor, mais airosos. Não imagino esses ganchos e a paciência e cuidado que devia ser preciso para trabalhar neles. Devem ser maiores do que aqueles que hoje se usam. Nesta amostra que me emprestou cada franja tem cerca de 2,5 centímetros de largura, que deve corresponder à largura do dito gancho.

Recordo que no meio das coisas da minha avó apareceu um gancho de madeira que tive dificuldade em perceber a sua utilidade. Agora já tem destino, quer dizer… assim que o encontrar. Lembro-me que tinha uma ponta partida. Teremos que lhe dar algum conserto.

A franja é fácil de fazer, exige atenção, mas cresce depressa.


Depois estas franjas são unidas com crochet. Deve haver muitas maneiras de o fazer, devia depender do saber e arte da artesã, ou das amostras que tinha.

Cá estão os dois exemplos que consegui produzir.


Este está esticado para ficar direitinho.


Este já está quase pronto, só falta rematar as pontinhas.



De outros tempos encontrei também este sarilho.

 

Lindo, cheio de memórias de outros tempos. Posso mesmo dizer “ai se o meu sarilho falasse….” muito tinha para ensinar.

domingo, 9 de outubro de 2011

A vida é como os interruptores...

....umas vezes para cima e outras para baixo. Apesar de ser uma frase de filosofia barata dita por um cómico, é das mais certas que tenho ouvido até hoje. E assim foi esta semana! 

Andava há algum tempo a planear mais uma máquina para trabalhar lã, o wool picker. Andei de um lado para o outro à procura dos pregos mais convenientes. Fiz planos e medições, risquei , apaguei e voltei a calcular. Na sexta-feira meti mãos ao trabalho. Dois dias e 150 furos depois foi a isto que cheguei!

Primeiro estalou a tampa de alto baixo, e pensei  "...paciência, cola-se o logo se vê se resulta."  Passei à base. Ao fim da segunda fila de pregos comecei a ver um racha, meia dúzia de pregos depois tive de desistir. A cada prego a racha aumentava mais e ia acabar por partir.
Já tinha lido que madeira de pinho estalava com facilidade e não era melhor escolha, mas é o que existe à venda. 
A primeira tentativa não resultou, mas aprendi uma coisa ou duas e para a próxima pode ser que saia melhor! Agora tenho de procurar madeira dura (?!?), vamos lá ver quanto tempo demoro a encontrar. 

O lado alto da semana chegou na quinta-feira. Nasceu mais uma "sobrinha", pequenina e linda. Fiz-lhe este casaco, mas não sei se terá tempo de o usar. Com o calor que está vai crescer num instante.



...e como é Domingo de sol, vou aproveitar para passear. Vou até aqui ver o ambiente.

Boa Semana

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Tantos Xailes?

Fazer xailes é um hábito…


Talvez o xaile seja a peça de tricot mais fácil de fazer e de usar.

Normalmente um xaile faz-se rápido. Como gosto de os começar por cima eles crescem muito depressa. O pior é quando se chega às voltas mais longas, aí não há nada a fazer…. é só continuar.

De cada vez que faço um xaile imagino algumas alterações ou alguns pontos, e como ficarão num xaile. Começam logo a crescer na minha imaginação.

Tanta introdução para apresentar mais um.

Tenho feito alguns construindo 3 triângulos, em vez dos tradicionais 2, para tentar obter uma peça mais envolvente, que não caia durante o uso.

Cá está ele bem esticadinho.

A este juntei uma barra rendada que encontrei num livro antigo. Este padrão chama-se Kildare Edging. Achei-o simples e vistoso. Para fazer as tiras centrais retirei as "conchinhas", que depois acrescentei para fazer o remate do xaile.
A lã utilizada foi a Mé-mé 2 ply da Retrosaria e as agulhas foram 3,5.

Ficou envolvente. Não é muito comprido mas é o suficiente para aconchegar sem pesar ou prender os movimentos.








Outras coisas boas da vida são, por exemplo, ir à Lardosa participar num Passeio de Pasteleiras. Correu mesmo bem, o ambiente era muito alegre e descontraído. Viva a boa disposição.


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Trabalhos acabados, Trabalhos começados

 Alguns trabalhos foram acabados, como estes casaquinhos para as duas meninas que vão chegar em breve.



O modelo é um clássico, em duas versões diferentes. Gosto dele porque é feito todo numa só peça. No final só temos que coser a parte debaixo das mangas. Para os bebés também deve ser mais confortável.

 
Parece-me que gosto mais do modelo cor-de-rosa (da revista tricot mag ), a transição entre as diferentes “secções” é mais suave. Do que eu gostei mesmo foi do modelo da touquinha, também é feita com short rows e resulta muito bem. Este modelo, bem como o casaquinho branco é um modelo gratuito da bernat



 
O encontro de fiadeiras serviu como incentivo para começar a lavar a minha lã. Este ano a tosquia foi mais tarde, são poucas as ovelhas e são poucos os tosquiadores disponíveis… A desvantagem é que a lã está muito suja, com muitas folhas agarradas à lã, dá muito trabalho a limpar.

Aqui está um bocado do velo a tomar banho no tanque. Vê-se bem como a água fica bem suja…



A ideia inicial era lavá-la dentro de sacos para a manusear o menos possível, mas a lã é tanta e o calor está quase a acabar… tenho que a lavar depressa para que seque antes que venha o frio. Vamos ver se fará muita diferença.


E quanto a trabalhos começados? A lã Noro Sekku está a tomar o caminho do xaile citron… e que belo caminho, estou a gostar de trabalhar com este fio, é muito suave e agradável. Não é muito homogéneo, o que resulta muito bem no trabalho…

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Caracol

Muitas vezes vivemos no nosso pequeno círculo, somos como o caracol, não alcançamos mais do que do alto do nosso pequeno pescoço conseguimos ver.


Algumas vezes acontecem-nos estímulos que nos levam a sair das nossas rotinas, da nossa letargia…

Desta vez este estimulo foi um encontro de fiadeiras (experientes e aprendizes) a que se juntaram praticantes de outras artes, como o tricot, mas principalmente a simpatia o gosto pelo convívio, por conhecer pessoas novas. Assinalava-se o dia Mundial de fiar em Público, e já são muitas a fiadeiras.

Gostei muito. Muitas pessoas conhecia de acompanhar à distância, seguindo os seus blogs, imaginava como seriam. Conhecer essas pessoas ao vivo é engraçado, o prazer do convívio foi grande.

Aprendi também algumas coisas… vi e senti lãs que nunca tinha sentido, como a alpaca e o pelo de coelho angorá, fazem uma nuvem, tal qual uma nuvem de sonhos, sem peso, só leveza…

Tive a sorte de ganhar uma lã azul da Yarn Adventures, linda, mesmo boa para fiar… vamos ver se tenho paciência para esperar por vez na roda de fiar da mana ou se será mesmo à mão.

Às organizadoras deste encontro agradeço a oportunidade, que espero se repita. Foram acolhedores e muito simpáticas.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Preparação dos Velos 2011 - Abertura e cardagem

A seguir à lavagem vem um processo muito entediante, longo e demorado, mas apesar disso necessário.  A abertura da lã.

O objectivo é preparar a lã para cardar. Separam-se as fibras, retiram-se os nós, a "penugem" e muito lixo. O melhor método é abrir a lã à mão, os dedos sentem melhor que qualquer utensílio o que está a mais. Mas também é o mais demorado...Existem máquinas que nos facilitam a vida, mas só se tornam rentáveis para quem tem muita lã para tratar. Não sem o nome em português, em inglês são wool pickers e parecem máquinas de tortura mediaval. (Quando tiver oportunidade é a minha próxima compra! )

A seguir é só cardar (também não é um processo rápido) e enrolar os rolags. A lã fica pronta para trabalhar, quer fiar ou feltrar.

Ainda não acabei de cardar os 3.2Kg iniciais de lã. Mas pela amostra vou obter  1.8Kg de rolags prontos a usar. No total há uma perda de 44% do peso de lã suja. Quase metade! Uma grande parte é terra e sujidade. A parte mais pequena é a lã desprezada, a que não dá para fiar. Mas mesmo assim ainda é um grande volume de lã. Até ao momento ainda só descobri dois propósitos para estes restos: para enchimento ou para feltrar.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Montra

Novos produtos aqui.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Meias

"Qual é a coisa qual é ela, que são quatro a trabalhar, dez a ajudar, a mãe a crescer e o pai a minguar?"

"Meu ser começa num ponto e num ponto há-de acabar; mas dirá metade quem com o meu nome acertar."

Estas adivinhas encontrei-as num livro da Isabel Silvestre. São o mote para este post.

Um dos prazeres que por vezes me acontece é este…



emprestarem-me uns pares de meias rendadas, antigas, que os filhos usaram em pequenos, feitas pelas avós e pelas tias…
o prazer vem de ter estes trabalhos antigos em mão e tentar desvendar os segredos que estes pontos encerram.



Normalmente consigo descobri-los… mas, nesta arte, parece-me, o mais difícil é adequar a espessura das agulhas e das linhas para se conseguir o efeito parecido com o original. Também é preciso não esquecer que estas meias foram usadas e lavadas, as malhas assentaram, acamaram, ficam com um efeito diferente.

O que falta ainda? uma coisa muito importante... a imaginação das mulheres alentejanas levava-as a dar nomes a cada um destes pontos, conheciam-nos pelo nome, quase sempre associado a elementos da natureza que as rodeava. Tenho que procurar a autora destas meias para lhe perguntar pelos nomes, talvez ainda se lembre...

Alguns destes pontos podem dar origem a alguns xailinhos (a minha paixão, já são tantos...).

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

...

Já faz quase 1 ano que nos ofereceram um velo de merino alentejano castanho. Era o primeiro velo da ovelhita. Um pêlo muito fino e curto. Demorei muito tempo a ganhar coragem para trabalhar esta lã.


Antes de ir de férias cardei com muito cuidado pequenos pedaços de lã, coloquei-os lado a lado até ter volume suficiente para fazer um rolag. Depois das férias foi fiar com a calma necessária.


O fio não ficou muito uniforme, por culpa da fiadeira que ainda não tem mão firme, mas também pela preparação do velo. Continuo a achar que cardar à mão é uma arte muito difícil. É dificil distribuir homogeneamente o pêlo e retirar todos os nós. Quando se está a fiar, volta não volta aparecem uns grumos, e o fio vai variando de espessura.


Fiquei com uma meada de 110 gr e 130 m. 9 /10 wpi (warp per inch ou voltas por cada polegada) o que segundo as tabelas sugere agulhas 5 a 8mm.


Agora falta decidir o que fazer com a meada. Não é muito grande, por isso talvez dê uma gola ou um pequeno xaile. Demorei um ano a fiá-la....espero não levar outro a tricotar ; )


Alguém tem sugestões?

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Preparação dos Velos 2011 - Lavagem

Este é o segundo ano que tenho acesso a velos vindos directamente do produtor. No ano passado, ainda muito verde na matéria, fiz várias tentativas de limpeza da lã e de cardagem. Os resultados foram variáveis e quando comecei a fiar em roda, percebi que eram longe do desejável. A lã ficava pegajosa e cheia de pequenos nós, o que torna muito difícil fiar um fio homogéneo.




Procurei toda a informação que consegui. Comecei pelo Alden Amos ( a bíblia da lã), procurei na net descrições do processo industrial e artesanal da lã, li vários blogs....e cheguei a um método que já produz resultados agradáveis. A qualidade do fio depende em grande parte da preparação da lã, daí a importancia destes passos.

A preparação dos velos envolve 3 passos principais: a lavagem, abertura da lã e cardagem.

Foi assim que lavei a lã:


- 3 banhos de àgua fria, o primeiro com sabão. A àgua saiu barrenta, de tal modo que nem conseguia ver a minha mão. Repeti banhos frios até a àgua sair límpida e sem sabão .

- 3 banhos de àgua a 45ºc. A lanolina dissolve-se a 45ºC e liga-se ao sabão. Passei por mais 2 banhos quentes até a àgua voltar a sair limpida e sem sabão.


A seguir é deixar escorrer e secar.


Comecei com 2 velos, 3.2Kg no total. Depois de seca já só tenho 1.85Kg, uma perda de peso de 42% ! Acredito que esta percentagem ainda aumente um pouco, apesar de lavadinha ainda tem muita matéria orgânica e terra. Mas isso fica para a próxima fase...a abertura da lã.

domingo, 7 de agosto de 2011

Férias?

Já fui, já vim, já tive a primeira semana de trabalho.
Souberam a muito pouco. O que vale é que ainda faltam uns diasitos, pode ser que o tempo melhore para a praia.
Andamos tanto tempo à espera das férias e sabem sempre a tão pouco.
Entretanto tivemos duas festas de anos e um casamento... é bom ter festas!



Houve uma menina que ganhou um vestidinho de verão. Espero que lhe tenha servido. Em cada ponto foi um voto de felicidades para esta menina e para a sua família.



As férias foram boas, deram para matar saudades, visitar locais novos, embora no mesmo local... Neste momento é o sítio que representa paz e harmonia, ausência de stress



Apesar de o tempo não ter estado muito bom para a praia sempre houve quem aproveitasse, e bem!



Cada um pode escolher como aproveitar o seu tempo... eu escolhi experimentar a roda de fiar da minha irmã. Ainda não faço um fio muito uniforme mas fiquei entusiasmada com a experiência. Quero mais mas a rodinha está tão longe. É tão mais eficiente que fiar à mão, com fuso.
O resultado foram estas meaditas. A castanha é uma lã penteada comprada em tempos na Retrosaria. As "amostras" amarela e vermelha são o resto de uma mecha comprada na Brancal, que já tinha fiado à mão. Ainda pensei em misturá-las de alguma forma, mas não arrisquei... fiei-as em separado. Se quiser misturar cores posso fazê-lo enquanto tricoto. Estou ansiosa pela próxima oportunidade de utilizar a roda.



Nas férias ainda sobrou um tempinho para um projecto que andava guardado há algum tempo. Gostei muito desta lã quando a vi, mas não tinha nenhuma ideia em concreto. Levou algum tempo a associá-la ao "Traveling Woman". Foi um trabalho rápido de realizar e o efeito intermédio agrada. Estou à espera para ver como fica depois de esticado.

De volta das féria encomendei uma meada de Noro Sekku. As cores são lindas. Tenho visto alguns modelos do "Citron shawl" feito com este fio que me deixaram encantada. Encantada com o modelo e encantada com o fio... pode ser o projecto que se segue.

Como fundo da foto tenho uma Chita de Alcobaça, que comprei já há um ano, na Ericeira, para fazer umas cortinas para o escritório. O principal problema tem sido ter medo de o cortar... parece-me que terei que ganhar coragem...
Vamos pensar nisso com calma. :)

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Xailete Alentejano

Ao longo destes últimos meses (ou ano?) tenho visto vários trabalhos em fair isle, lindas cores que fazem um lindo efeito final, trabalho difícil que exige empenho e atenção… gosto assim. Mas as cores que tenho à minha disposição não se adequam aos modelos que ia vendo.
O tempo era pouco, a vontade de experimentar estava à espera da altura própria para se tornar forte.

Entretanto a “Ervilha Cor-de-rosa” lançou a beiroa em castanho. Vi alguns trabalhos a duas cores (crú e castanho), gostei muto da combinação.

Há muito muito tempo “O Expresso” editou um conjunto de folhetos sobre o artesanato português. Ficaram-se sempre na memória.
Não tem muitas novidades, as fotografias que lá estão aparecem hoje em dia, talvez mais actualizadas. A fotografia da contracapa mostra o padrão de uma manta alentejana, a duas cores.

Conjugando estes 3 factores nasceu este Xailete, nem xaile, nem xailinho, xailete é que é! Xailete Alentejano, feito com lã da Serra da Estrela. É pequeno mas suficiente para tapar os ombros e não prender os movimentos. Só lhe falta um botão para fechar como deve de ser. O botão também foi “encomendado” tentando manter o espírito natureza.






Antes de mais devo dizer "gaba-te cesto, amanhã vais à vindima", mas parece-me que ficou mesmo bonito.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

(Mais) Trabalhos acabadados

As férias estão a chegar. Ir com todos os trabalhos atrás é complicado. Mais vale levar um projecto simples que dê para pegar de vez em quando sem se perder o fio à meada.


É o que ando a planear!

Acabei uma meada que tinha em mãos. A lã é das "nossas" ovelhas Ilê de France, não é tão macia como a Merino mas não lhe fica muito atrás. O mais complicado é transformar o velo em mecha, bem escolhida e homogénea. Com paciência lá se vai conseguindo e já consigo obter alguns resultados interessantes.


Esta meada é trabalhada em "worsted" com um fio fino, para trabalhar meias. É o que pretendo fazer com ele. Durante as férias vou aprender a tricotar meias. Ainda não escolhi o modelo mas queria algo simples e sem muitos trabalhados.


Vamos lá ver se a tricotadeira e a lã se portam à altura.





Entretanto acabei este casaquito. É um modelo muito giro para meninas e muito fácil de fazer. É feito na horizontal com voltas curtas, incluindo as mangas, e sem costuras!

Para quem já está de férias e para quem está quase a ir...boas férias, bons banhos e muito descanso!

domingo, 26 de junho de 2011

Mais uma...



Mana,

cá vai mais uma experiência para juntar à nossa colecção...

desta vez segui conselho amigo e utilizei pétalas de papoila.

Ferveu tudo junto um bom bocado - a lã, as pétalas e com um copo de vinagre.

Mas o mal de que me queixo tanto atacou - a falta de tempo alterou os meus planos. A recolha das pétalas correu muito bem, mas o tempo para as usar demorou uma semana a chegar. Infelizmente deixei as petalas dentro de um saco e elas fermentaram. Mesmo assim resolvi experimentar. A cor que obtive foi um pouco deficil de definir - rosa velho, castanho claro?

As lãs que utilizei foram uma meada fiada à mão, da lã das nossas ovelhas, e uma meadita de Australia, da Brancal.

Agora vou dedicar algum tempo a pensar o que fazer com estas meadas. Primeiro a nossa, claro, bonita, irregular no fio e na cor...

Talvez vá passear pelo campo para ver se encontro mais papoilas...


sábado, 25 de junho de 2011

Aproveitar para Experiências

Quando se prepara lã a partir do velo, sobram muitos restos que não se conseguem aproveitar para fiar. Os restos do velo vão se acumulando e não os consigo deitar fora, ainda me parecem bons para fazer qualquer coisa.

No S. João fiz a minha primeira experiência de feltragem. Usei um tapete de palhinha e fiz como mostra aqui. Não é muito difícil, na verdade até feltra bastante rápido. Os resultados não são os espetaculares mas com a prática vai melhorando. A lã que uso (de segunda escolha) tem muitos nós e borbotos e torna-se difícil fazer uma tapete homogéneo, mas mesmo assim gosto do resultado.



Enquanto melhoro a técnica vou usar estes pedaços de feltro caseiro para fazer testes de tinturaria (2 em 1!).

A primeira tentiva foi com Powerade. Não tenho ideia se esta bebida é útil aos desportistas nem ao que sabe, mas o azul sempre me prendeu a atenção e o azul do Powerade é vibrante.

Usei o método do microondas e fiz duas tentativas, uma com vinagre outra sem.

Mergulhei a lã no líquido e pûs no microondas por 2 min na potência máxima, deixei arrefecer (2 ou 3 horas) e voltei ao microondas por mais 2 min. A lã absorveu a cor toda num instante, mais houvesse mais absorvia.

Não notei nenhuma diferença entre os dois testes e depois de procurar na net, percebi que a bebia já é ácida (2.25!!) e não precisava de vinagre.

Gostei do resultado final, embora não tenha ficado tão vibrante como a cor original. Se aumentar a proporção de líquido em relação à lã devo conseguir melhores resultados. Fica para uma próxima vez!


sexta-feira, 17 de junho de 2011

Botões




Resta saber como se comportam com o uso.

Bom Fim de Semana

terça-feira, 14 de junho de 2011

10º Aniversário da Casa da Cerca


Costumo visitar a feira Crafts&Design no Jardim da Estrela. Retepe-se todos os 1ºs fins-de-semana de cada mês e fica aqui à porta de casa. É sempre um passeio agradável com novidades e muita cor.
No fim-de-semana das eleições, preparava-me para ir dar a minha voltinha depois de votar e apanhei uma grande desilusão. Não havia feira! "É por causa das eleições" diziam uns, "se calhar é no próximo fim-de-semana" diziam outros.

Na verdade este mês a feira mudou-se para a Casa da Cerca, em Almada, que comemora 10 anos de existência do Jardim Botânico - Chão das Artes.

Vai ser um dia cheio de actividades, aqui podem ver o programa. Para quem anda nas nossas andanças chamo a atenção para a oficina "Tinturaria Vegetal e Tecelagem Criativa". No Jardim botânico podem-se encontrar uma série de plantas tintureiras que podem ser preparadas para tingir lã e outras fibras.

Estou a preparar-me para ir visitar a Casa da Cerca e passar um dia em cheio. Uma viagem de cacilheiro, um passeio a pé ao longo do rio, pic-nic, feira....quem sabe uma massagem, sol e relva. Parece-me um bom plano para um sábado divertido.

Aproveitem também para ver o programa anual de actividades da Casa da Cerca com várias actividades para todos os gostos e idades, e os percursos de Arte Publica da Câmara Municipal de Almada.




Bom Passeio!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Tempos difíceis…

Nem sei explicar porquê mas estes dias têm sido difíceis.
Os meninos exigem uma atenção crescente… estão a crescer e temos que os orientar para crescerem bem, responsáveis… liberdade a mais é prejudicial. É difícil encontrar o equilíbrio.
Os dias passam a correr… os fins-de-semana quase nem os vemos… o cansaço cresce.
Os trabalhos que dão para me fazer abstrair e repousar estão um pouco de lado.
Nunca mais chegam as férias… estou mesmo a precisar.
Mas temos notícias boas… meninos e meninas que já nasceram e outros que estão a caminho. Fazer roupinhas de bebé é uma maneira de lhes desejar todo o bem do mundo. Em cada ponto desejamos que tenham saúde, alegria e tantas coisas mais.
Por isso andei a escolher uns modelitos para estes bebés… meninas, meninos… que serão?
Gosto dos modelos tradicionais, embora alguns mais modernos sejam muito engraçados.
Um dia encontrei uma “receita” de um casaquinho, mas não fazia ideia de como sairia. Pensei que seria um casaquinho de bebé, porque a receita sugeria um cabeção em redondo e a “saia” a sair do dito cabeção. Peguei na lã e nas agulhas e começou a experiência. Saiu grande mas mesmo bom para servir à Princesa. Acrescentei umas barras cor-de-rosa, ao gosto da menina, ficou curtinho, porque a moda é assim, e cá está ele…



Mas continuava a pensar nos bebés. Este modelo da Teresinha parece-me um modelo bem confortável. Segui a “receita” e saiu direitinho… não sei se será menino ou menina, mas branquinho dá sempre jeito.



O 2º casaquinho é para uma Maria, cor-de-rosa como convém. Embora outras cores sejam bonitas para as meninas.
O modelo escolhido foi o February baby sweater, da Elisabeth Zimmermann. Já tinha feito um modelo parecido - February Lady Sweater, para mim e para a princesa, e gostei do modelo. Daí a vontade de experimentar o original. Está a crescer e vai ter uma touquinha a condizer.



Tenho algumas ideias para o 3º casaquinho. Como é uma menina que já terá 6 meses para o verão queria um vestidinho de crochet, em algodão, leve e fresquinho para os dias quentes… vou fazer umas pesquisas… alguém me quer dar uma sugestão?

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Workshop de Fiação e Tingimento de Lã

Mais informação aqui

segunda-feira, 23 de maio de 2011

E lá vão duas...

Com esforço e prática vai-se conseguindo. Acabei uma meada de 2 fios. Está mais prefeita que a anterior....mas ainda deixa muito a desejar.
A lã que tenho estado a usar é toda "caseirinha". Foi lavada e cardada à mão quando ainda sabia muito pouco do assunto. A lã não foi escolhida e por isso os rolags são inconsistentes e cheios de pequenos nós. Torna-se um pouco complicado dominar tanta variância com tão pouca experiência.
Pode ser que este ano aprenda a tratar de um velo em condições.


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Entretanto e para fazer o gosto ao dedo, fiz este body em algodão. Achei muita piada a estas botinhas pela originalidade. Encontrei-as aqui. O modelo é de aproximadamente 1 ano.